1 de dezembro de 2020

Em momentos de crise, as oportunidades… Inclusive internacional

Gustavo Delgado

Não há mais nada de novo em se falar do novo normal… Para o bem ou para o mal, as pessoas estão se acostumando, ao menos, com a ideia desta nova realidade. Os efeitos econômicos, sociais, educacionais têm sido amplamente discutidos, por especialistas e mais ainda por não especialistas no assunto. Fato. 

Mas quando se analisam e se discutem os problemas, também é preciso estar atento para as oportunidades, já defendem os melhores empreendedores no mundo. E é com este olhar que podemos e devemos entender as mudanças no mercado internacional e, com elas, os novos cenários.

As empresas em todo mundo perceberam, com a pandemia, o risco que assumiram quando centralizaram seus fornecedores na China. Obviamente que existem suas vantagens: preço, quantidade e, ouso dizer, qualidade (afinal de contas, os produtos das famosas marcas mundiais são, em grande parte, fabricados lá e, se presume, com a qualidade destas multinacionais). Porém, a centralização gera dependência e isto, no segmento de compras, é extremamente contraindicado. 

O problema se pôs quando, com o fechamento, mesmo que temporário, da China e o receio de se espalhar o vírus, faltou produto para as empresas ou, no mínimo, a cadeia de abastecimento foi rompida. Os impactos econômicos repercutiram em todas as áreas… Os quarteis generais das grandes corporações de todo o mundo acionaram seus alertas internos e perceberam que não se pode depender de um único país ou centralizar suas fontes. 

Em função deste ocorrido, boa parte das empresas passou a procurar novas fontes em novos mercados mundiais. Se vão deixar de comprar da China para passar a comprar deste novo mercado? Não, claramente que não. Mas se fala em diluir, passar a comprar 20 a 30% destes novos mercados e 80 a 70% da China, mas jamais 100% como era. 

E é exatamente esta a oportunidade que temos aqui no Brasil. Nosso produto é bom, somos bem quistos no mundo, nosso preço não é o melhor, mas eles estão dispostos a pagar um pouco mais para evitar o risco que passaram. Mas precisamos entender que esta oportunidade não é só nossa, é de toda a América Latina, ou seja, é de quem estiver mais preparado para esta “onda”. Porém, infelizmente, nos deparamos aqui com a cultura de não exportar… E, provavelmente, não conseguiremos surfar, agora, esta boa onda!