Existe relação entre cor, etnia, salários e desemprego?
Tiago Monteiro
De acordo com o IBGE (17/11/17) 13 milhões de brasileiros estão na fila do desemprego, isso pela metodologia mais simplificada – desocupados em busca de empregos, sem considerar a subutilização ou os que, por algum outro motivo, não estão mais buscando vagas pelos meios convencionais (agências de emprego).
O fato intrigante é que cerca de 63,7% (8,3 milhões) são pretos ou pardos, contra 4,7 milhões considerados brancos. Contudo, mais da metade da força de trabalho brasileira é composta por pretos e pardos (52,3%). Ainda segundo o próprio IBGE, esse contraste é visto também na remuneração, quando pretos e pardos recebem, em média, R$ 1.531, contra R$ 2.757 dos considerados brancos – quase a metade dos rendimentos médios de um branco.
A pesquisa também apontou que os maiores sacrificados com a crise econômica também foram os pretos e os pardos, perdendo participação no setor privado com carteira assinada e aumentando o contingente de subempregos e de atividades sem carteira assinada e sem remuneração.
Bem, os números mostram uma dificuldade inerente à cor/etnia do trabalhador, assim como as divergências profissionais (cargos e remuneração) entre os sexos. Além de lhe dar com o aspecto da concorrência técnica do emprego, algumas pessoas precisam, infelizmente, tangenciar um aspecto cultural retrógrado e danoso, trazendo dificuldade de alocação e realocação profissional em um país multicultural.
Tiago Monteiro – Empresário, Consultor e Mestre em Consumo, Cotidiano e Desenvolvimento Social (UFRPE) – Coordenador de MBA – CEDEPE Business School.
*Este artigo reflete a opinião do autor e não, necessariamente, da escola de negócios.